Existem diversas igrejas, mosteiros, basílicas e templos religiosos em Madrid, mas destacam-se pela sua história e por serem as mais significativas as seguintes.
Monasterio de las Descalzas Reales
O Monasterio de las Descalzas Reales, na praça que lhe dá o nome, ocupa o antigo palácio onde residiram Carlos I e Isabel de Portugal e onde nasceu, em 1535, a sua filha Dona Joana. Esta, já viuva do príncipe de Portugal, fundou em 1557 este convento de franciscanas descalças. Está sepultada numa capela, com uma escultura funerária realizada por Pompeyo Leoni.
Na clausura conservam-se a estrutura e muitos dos elementos decorativos do palácio. Neste mosteiro viveram Dona Joana e a sua irmã Maria, imperatriz viúva, que faleceu aqui em 1603. Do século XVII conservam-se pinturas a fresco na escada e na Capela do Milagre.
Destacam-se os tapetes tecidos em Bruxelas, desenhados por Rubens, representando a Apoteose da Eucaristia, que oram encomendados para este mosteiro pela filha de Felipe II à Infanta Isabel Clara Eugenia, Governadora dos Países Baixos.
Real Monasterio de la Encarnación
Fundado em 1611 por Felipe III e Margarita da Áustria. O edifício foi desenhado pelos Arquitectos Juan Gómez de Mora e Fray Alberto de la Madre de Dios e fica na rua à qual dá o nome.
O convento conserva importantes conjuntos pictóricos e escultóricos dos séculos XVII e XVIII, com obras de Lucas Jordán, Juan Van der Hammen, Vicente Carducho, Gregorio Fernández ou Pedro de Mena. Especial referência merece o relicário que alberga um conjunto de 700 peças feitas em bronze, coral, marfim e madeiras finas, precedentes de Itália, Alemanha, Espanha e dos Países Baixos.
A Igreja foi remodelada em 1761 por Ventura Rodríguez. Possui obras de Vicente Carducho, Francisco Bayeu e dos irmãos González Velázquez.
Panteón de hombres ilustres
O Real Patronato de Nossa Senhora de Atocha conserva a imagem românica da Virgem Maria, original do convento dos dominicanos que aqui existiu do século XVI até ser confiscado em 1835.
O conjunto central é de inspiração Bizantina (1891-1911), desenhado pelo Arquitecto Fernando Arbós.
O claustro da Basílica alberga o Panteão de Homens Ilustres, onde descansam Ríos Rosas, Cánovas, Canalejas, etc... Destacam-se as sepulturas esculpidas por Mariano Benilliure e Agustín Querol. Não é uma igreja mas é digno de destaque por ser um grande desconhecido dos circuitos turísticos, com uma arquitectura, tanto do edifício como dos diversos recantos e túmulos funerários que vale a pena ser vista.
Real Basílica de San Francisco el Grande
É a igreja com a maior cúpula da cidade e fica a muito poucos metros do Palácio Real, no fundo da calle Bailén, na intersecção com a Plaza de San Francisco. Faz parte do convento franciscano de Jesus e Maria, fundado no início do século XII, sobre uma ermita desaparecida dedicada a Santa Maria.
A basílica foi construída em estilo neoclássico na segunda metade do século XVIII, a partir de um desenho de Francisco Cabezas, desenvolvido por Antonio Pló e finalizado por Francesco Sabatini. O edifício destaca-se pela sua cúpula, considerada a terceira de planta circular de maior diâmetro da cristandade; pela sua sumptuosa decoração interio, realizada em estilo ecléctico em finais do século XIX; e pela sua galeria de arte, que representa a pintura espanhola dos séculos XVII a XIX, com quadros de Zurbarán e Goya.
Catedral de la Almudena
Foi consagrada em 1993 pelo Papa João Paulo II. Em 1883 o Marqués de Cubas, primeiro arquitecto da catedral, iniciou as obras no edifício. A sua ideia era levantar um grande templo de estilo neogótico, coberto de pináculos e gárgulas, como era moda na Europa no final do século XIX. Mas quando as obras foram retomadas em 1950, após a Guerra Civil, o novo Arquitecto, Fernando Chueca Goitia, decidiu dar-lhe um ar mais austero, semelhante ao edifício que lhe fica em frente: o Palácio Real.
A muitos poderá surpreender que Madrid, residência da corte desde o século XVI, não tenha tido uma catedral até 1993. Isto deve-se ao facto de que até 1885 Madrid fazia parte da Arquidiocese de Toledo, cujo Arcebispo se considerava também Cardeal Primaz de Espanha, o que na actualidade é apenas um título honorífico, mas no passado o convertia no chefe de toda a Igreja Espanhola. Embora em 1561 Felipe II tenha transferido a corte para Madrid, isso não obrigava a Igreja a criar uma arquidiocese própria.
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